"Estou em dívida com Dan Brown"
Andrea Ermini, de 28 anos, trabalha em Florença (Itália). Há um ano leu “O Código Da Vinci” e ficou surpreso com o retrato que no romance se faz do Opus Dei. Pesquisou e... hoje pertence a essa instituição católica. “Graças a Dan Brown descobri a beleza da fé”, diz.
24 de maio de 2006
“A expressão ‘santificar o trabalho e a vida cotidiana’ atraiu-me, tocou-me o coração”.Andrea Ermini trabalha no departamento de Recursos Humanos de uma empresa florentina. Depois de ler “O Código Da Vinci”, ficou surpreso com o duro retrato que se faz do Opus Dei, uma instituição que faz parte da Igreja. “Aquilo me pareceu suspeito e decidi investigar”, explica.
Como você descobriu o Opus Dei?
Andrea: Ocorreu há já um ano e meio. Depois de ler “O Código Da Vinci”, achei estranho que algumas críticas dissessem que o Opus Dei era “uma estranha organização católica”, em que se utilizava de “lavagem cerebral” para recrutar membros, afeita ao sigilo e a práticas masoquistas. Tudo aquilo me pareceu muito suspeito e decidi investigar por minha conta. Parecia-me absurdo que a Igreja Católica pudesse aceitar em sua organização uma instituição desse tipo.
Comecei a procura da maneira mais simples: na internet, através do Google. Rapidamente encontrei o site da Obra. Depois, já com curiosidade, comprei o livro de São Josemaria com reflexões espirituais, chamado “Caminho”, e o li numa sentada.
Como era a sua vida cristã naquela época?
Andrea: Ia à Missa duas vezes ao ano: no Natal e na Páscoa. Ainda que não praticasse muito, tinha verdadeiro apreço pelo Papa e pela Igreja Católica em geral.
“A mudança mais radical ocorreu quando descobri que tinha que cuidar da minha ‘vida espiritual’ e que podia fazê-lo sabendo-me acompanhado por Deus em todos os momentos do dia”.E então, o que aconteceu?
Andrea: A curiosidade inicial transformou-se em um caminho de conversão muito mais profundo. Até então eu via a fé como algo antiquado, que não podia adaptar-se à minha vida, algo que se ajustava melhor às senhoras mais velhas, que podiam rezar continuamente o terço.
Por outro lado, a expressão “santificar o trabalho” atraiu-me, tocou-me o coração. Além disso, o estilo direto de “Caminho”, onde São Josemaria parece que nos fala diretamente, ajudou-me a refletir.
Pela internet, soube que o Opus Dei promovia iniciativas como o ELIS em Roma ou o IESE em Barcelona. A idéia de que pudessem unir o espírito cristão com o ensino numa escola de direção de empresas ou com o trabalho manual mais simples interessou-me muitíssimo.
Por fim, tomei a decisão de enviar um e-mail ao site do Opus Dei para solicitar um contato direto. Deram-me o endereço de um Centro - L’Accademia dei Ponti (Florença) –, onde comecei a ter direção espiritual com um sacerdote e onde conheci outras pessoas do Opus Dei.
Quais foram as outras etapas desse caminho?
Andrea: Comecei a rezar com mais freqüência e a assistir a diversas palestras de formação cristã organizadas pelo Opus Dei: o recolhimento espiritual uma vez ao mês, e a cada semana uma aula sobre algum tema de fé ou de virtudes. No dia 1º de novembro de 2005 fui nomeado "Cooperador do Opus Dei" e no dia 13 de maio passei a fazer parte da Obra.
A mudança mais radical ocorreu quando descobri que tinha que cuidar da minha “vida espiritual”, e que podia fazê-lo sabendo-me acompanhado por Deus em todos os momentos do dia. Já há algum tempo assisto à Missa e rezo o terço diariamente e isso me ajuda a “manter o rumo” e a alegria durante as minhas jornadas de trabalho.
Depois de tudo isso, qual a sua opinião sobre o “Código Da Vinci”?
Andrea: Se não fosse por Dan Brown, não teria redescoberto a beleza da fé e a minha vocação. Talvez o Senhor tivesse se servido de outros caminhos, sem dúvida, mas para mim aquilo começou com um enigma: uma descrição sinistra e obscura da Igreja Católica. Sem dúvida, tenho uma grande dívida com Dan Brown. E talvez não seja o único...
Fonte: site do Opus Dei
18.6.06
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